2.1 O FENÔMENO
RELIGIOSO[1]
Se
há alguns anos a religião estava fora de evidência, como um assunto de menor
importância, não nos parece que vivamos situação igual em nosso tempo. No
Brasil, em época eleitoral, candidatos fazem acordos com lideranças religiosas
de diferentes denominações para angariar votos.
Publicações
científicas apontam para a existência de áreas específicas no cérebro humano
sensíveis à ideia do sobrenatural; setores da medicina voltam a aceitar a
importância da fé religiosa como elemento auxiliar na cura.
Ao
mesmo tempo, aspectos obscuros do mesmo fenômeno mesclados com a política e com
interesses de ordem econômica nos fazem descortinar diante dos olhos eventos de
horror: aviões propositalmente lançados contra edifícios na maior potência
cristã, por militantes extremistas muçulmanos; a maior potência cristã invade o
Iraque para combater o “Império do Mal”, com pronunciamento do seu Presidente
que qualifica a ação militar como uma “Cruzada”, trazendo à atualidade as
medievais disputas entre a cristandade e o Islã; Jerusalém é partida em setores
distintos de controle cristão, judeu e muçulmano.
Tudo isto traz o fenômeno religioso para a
arena das atenções do nosso tempo, e faz com que seja assunto não apenas afeto
a seu sentido primeiro – o religioso, mas também à política, à economia, à
guerra...
Estudar
o fenômeno religioso na História, portanto, não é uma questão religiosa. Esta,
deixemo-la aos teólogos. Ocupemo-nos dos aspectos políticos, culturais e
econômicos desse fenômeno, que impuseram modificações no curso da história das
sociedades e que impactam nos dias atuais.
[1]
ESTADO DE SANTA CATARINA. Secretaria de Estado da Educação. Caderno Pedagógico de história. p.
14-15.
por: Prof. Douglas
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