quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Novo Paradigma do Ensino Religioso



Cada vez mais, o Novo Paradigma do Ensino Religioso torna-se conhecido e começa a ser entendido e assimilado no contexto educacional. Em consequência, a sociedade também acaba tomando conhecimento do mesmo. É fato, que o sul do Brasil e mais especificamente Paraná e Santa Catarina aparecem como os Estados que mais assimilaram a nova proposta da disciplina citada. Ensino Religioso não é mais “religião”, isto é, catequese; nem, tampouco, “educação religiosa”, ou seja, um ensino ecumênico do cristianismo. Ao contrário, segundo o Novo Paradigma, é a abordagem de todas as tradições, culturas e manifestações religiosas conhecidas. É o Ensino Religioso que visa garantir/assegurar a sociedade o respeito para com as várias formas de religião. Neste contexto a proposta do presente trabalho visa elucidar intuitivamente, e de maneira breve, a importância desta nova concepção. Entretanto, caberá expor algumas dificuldades e desafios dos quais o profissional desta área terá que lidar, isto é, a não compreensão e, até mesmo, desinformação por parte da sociedade, de modo geral, no que concerne o Ensino Religioso. Este fato, veremos, acaba por seduzir a população a negligenciar a necessidade e importância da disciplina por mero receio, preconceito e, até mesmo, medo da abordagem que se estará propondo. Caberá, portanto, ao profissional desta área também possibilitar o acesso a informação não só aos educandos, bem como, a toda comunidade escolar.

Fitando os olhos na realidade da sociedade contemporânea notamos uma série de questões não resolvidas e que necessitam de atenção urgente. Entre elas está, sem dúvida, a educação. Entretanto, nosso intuito aqui não é o de explorar a amplitude da temática em questão. Dentre este emaranhado de dúvidas com que a educação brasileira se encontra na atualidade, pretendemos explorar de modo objetivo e panorâmico as questões concernentes ao novo paradigma do Ensino Religioso a partir da Lei 9.475. Mesmo assim, faz-se importante adiantar que, em vários aspectos, os desafios particulares do Ensino Religioso, quanto ao cumprimento de seus anseios e finalidades, estão corriqueiramente sufocado pelas mesmas mazelas que impedem a escola, de maneira geral, de cumprir, em sua plenitude, com seu papel.

É sabido que o Ensino Religioso lida dia após dia com críticas da coletividade dentro e fora da escola. Obviamente se trata de uma generalização. As criticas vêm de diversas partes. Poderíamos citar a sociedade de forma geral, os estudantes, os pais de alunos e, até mesmo, professores de outras áreas do conhecimento. Fato é que tais criticas surgem por falta de conhecimento. Falta entendimento do publico em geral sobre o que se propõe a disciplina de Ensino Religioso. Ainda confundem a disciplina com fases anteriores ao que o novo paradigma está fundamentado. O principal argumento da crítica, em solo brasileiro, é que vivemos em um país laico. E é nesse contexto que quero começar a enfatizar os aspectos mais importantes do novo paradigma que já deveriam estar claros para a nossa sociedade. Antes, porém, já podemos afirmar que a existência do Ensino Religioso se faz indispensável para a formação básica do cidadão justamente por este habitar um país laico. Mais do que em uma sociedade oficialmente religiosa é na laicidade que o Ensino Religioso tem pleno sentido de existir. Pois não se busca seguidores desta ou daquela vertente religiosa, mas sim, possibilita-se o acesso ao conhecimento das diversas culturas e tradições religiosas visando à formação integral do cidadão, com intuito de garantir o respeito à diversidade cultural e religiosa.

Pois bem, diante disso, poderiam ser apresentados os aspectos mais importantes deste novo paradigma do Ensino Religioso. Entretanto, iremos nos deter em apenas um: "No Ensino Religioso é assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil". 

A disciplina supracitada mais do que qualquer outra não pode não existir, sendo ela a garantia e/ou a segurança do respeito à diversidade cultural e religiosa. Este é o aspecto que pode, sem dúvida, ser considerado o mais importante deste novo paradigma do Ensino Religioso e que a maioria dos Estados brasileiros ainda negligencia. É garantindo o direito à diversidade com vista no respeito que se torna possível vislumbrar no futuro de uma sociedade com menos desigualdade e preconceito. É, podemos assim dizer, uma tentativa de aniquilar a falta de conhecimento no campo das culturas religiosas, ou seja, a busca de diálogo e adequação entre os diferentes diante das diferenças. É diante da pluralidade que uma sociedade deve se constituir. A compreensão do pluralismo resulta em um convívio pacífico e sem pré-conceitos estabelecidos historicamente. Cabe ao Ensino Religioso, mais do que qualquer outra área, este desafio. Entretanto, como já mencionamos, os obstáculos para se atingir esta meta são os mesmos que se está combatendo no Ensino Religioso não proselitista, isto é, a ignorância e os preconceitos.

Finalmente, diante do breve panorama exposto, podemos nos perguntar: o que podemos/devemos fazer para possibilitar a realização do que se está propondo neste novo paradigma do Ensino Religioso?

Penso que é primordial para a execução do que se propõe um professor/mediador realmente preparado para o desafio. Não basta apenas ser habilitado, embora isso seja indispensável, é necessário que o profissional desta área seja preparado a lidar com as mais diversas situações no cotidiano da escola. É fundamental que o professor de Ensino Religioso faça sua parte e apresente à proposta da disciplina a comunidade escolar no início do ano letivo, com intuito de se mostrar preocupado com o seu aluno e família. É adequado proporcionar a família do educando um conhecimento claro daquilo que se estará ensinando e por quais pressupostos e motivos. Com o entendimento da família e, consequentemente, seu apoio parece evidente esperar que a proposta fundamental da disciplina (de assegurar o respeito à diversidade cultural e religiosa) atinja seu fim. Para isso, entretanto, é de fundamental importância que a pessoa do professor de Ensino Religioso esteja sempre buscando conhecimento, reciclagem e aperfeiçoamento tanto no que se refere aos conteúdos propostos e eixos norteadores, bem como, a metodologia a ser trabalhada em sala de aula.

Prof. Douglas

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